Estudo aponta que a maior parte dos idosos com DA apresentou estado nutricional de eutrofia, embora apresentem também perda de massa corporal.
As vítimas da doença do Alzheimer (DA) já atingem números impressionantes na comunidade de idosos de todo o mundo. Estimativas norte-americanas indicam que uma a cada dez de suas famílias possui um membro com DA, prevalecendo em 4,5 milhões de indivíduos afetados, podendo alcançar 14 milhões na metade do século XXI. Enquanto no Brasil, estudos epidemiológicos mostram uma prevalência de demência de 7,1% em idosos na comunidade, sendo 3% com DA. A idade avançada aliada com a DA são fatores que contribuem para perdas ponderais importantes nessas pessoas, já as hipóteses que tentam explicar esse fenômeno são inúmeras: atrofia do córtex mediano e elevado gasto energético, o que acarreta na redução de massa muscular, perda da autonomia e dependência funcional, além de riscos de quedas, úlceras de decúbito e infecções.
Um estudo descritivo elaborado pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Rio de Janeiro, procurou descrever aspectos nutricionais de idosos com DA leve e moderada em ambulatório. Para isso, contaram com amostra de 40 idosos de ambos os sexos, moradores da cidade do Rio de Janeiro, selecionados em meio a 125 pacientes, todos devidamente diagnosticados com DA. Foram realizadas entrevistas que incluíram a coleta de informações sociodemográficas e a aplicação de questionários de atividades de vida diária, bem como avaliações antropométrica e dietética. Alimentando-se em suas próprias residências, os cuidadores eram os responsáveis pela alimentação dos idosos, onde foi usado a história alimentar como método da obtenção do consumo de alimentos pelos mesmos.
O resultado apontou um estado nutricional de eutrofia, ou seja, boa nutrição, com consumo dietético de carboidratos, proteínas, lipídios e vitamina C adequados, embora haja um baixo consumo de vitamina E. Resultados que coincidem com os encontrados por um estudo colombiano, que avaliou 77 idosos com DA. Apesar dessa eutrofia por parte dos pacientes, houve tendência na diminuição do IMC dos mesmos, conforme se agravava a doença. Um estudo com 395 idosos franceses também relatou que a gravidade da doença é um fator de risco para perda de peso observada na DA. Conclui-se a partir disso que é importante uma avaliação nutricional do idoso com DA deve ser feita precocemente, principalmente tratando-se de uma doença que o torna progressivamente incapacitado para a realização de suas atividades rotineiras.
Os pacientes do estudo brasileiro demonstraram uma ingestão de macro e micronutrientes insuficiente, podendo indicar hábitos alimentares e ingestão de nutriente inadequada, por parte desses idosos e assim continuar ao longo da doença. Na Grécia, um estudo com 100 idosos e verificou que 48% estavam com sobrepeso e a maioria apresentou ingestão inadequada de vitaminas A, B6, D, E e K. Esses dados apontam para uma necessidade de melhor adequação alimentar por parte de idosos, especificamente aqueles que carregam consigo o mal de Alzheimer. Apesar de tudo, o estudo possuiu algumas limitações e não avaliar indicadores bioquímicos que poderiam mostrar associação com as comorbidades.
Bibliografia:
- http://receitasenutricao.com.br/saude/dicas-de-saude-para-idosos/
- Trabalho realizado no centro de Doenças de Alzheimer e outras Desordens Mentais na Velhice – Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.
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