Existem muitas evidências que o tecido cerebral do paciente com Mal de Alzheimer é acometido por estresse oxidativo no curso da doença, já que este é caracterizado por um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e as defesas antioxidantes que, com o envelhecimento, decaem tanto no plasma sanguíneo quanto no tecido cerebral, uma peça chave nessa perda de defesas é a redução da concentração intracelular de uma molécula antioxidante chamada Glutationa.
A Glutationa é um antioxidante hidrossolúvel que tem como função principal doar elétrons para as espécies reativas de oxigênio e, com isso, acaba por neutraliza-las. Com o envelhecimento, a concentração intracelular de Glutationa diminui, o que aumenta o estresse em áreas do cérebro como o hipocampo.
Existem quatro principais alvos para as espécies reativas de oxigênio:
· Proteínas
· Lipídeos
· DNA
· Açúcares
Oxidação de proteínas – consiste na introdução de grupos hidroxila ou carbonila em aminoácidos. Os grupos carbonila podem ser introduzidos de varias maneiras pela oxidação de uma serie de aminoácidos e seus resíduos, como por exemplo, a prolina. Produtos da oxidação de outras moléculas como lipídeos e açucares também são comumente encontrados na oxidação proteica.
Oxidação de lipídeos - há estreita ligação entre oxidação de lipídeos e as placas amiloides e novelos neurofibrilares. As placas amiloides induzem a lipoperoxidação de estruturas, o que gera uma série de produtos que contribuem para o estresse oxidativo como, por exemplo, 4-hidróxi-2,3-nonenal (HNE). A HNE possui a capacidade de modificar proteínas, o que acaba inibindo receptores de glicose (GLUT-3) e de glutamato, bombas de sódio e potássio, além disso, a HNE ativa quinases e descontrola o cálcio da célula, culminando na apoptose.
Oxidação de DNA – as fitas de DNA são facilmente atacadas por espécies reativas como a hidroxila e a carbonila, acreditava-se que a quebra destas fitas ocorressem devido a morte celular, mas tudo indica que o stress oxidativo é responsável por isso. A oxidação do DNA é caracterizada por altos níveis de 8-hidroxiguanosina e 8-hidróxi-2-desoxiguanosina.
Oxidação de açúcares - Os produtos finais da glicação avançada (AGEs [do inglês]) são uma classe de moléculas formadas a partir de reações aminocarbonilo de natureza não-enzimática. Os AGEs são capazes de modificar, irreversivelmente, as propriedades químicas e funcionais das mais diversas estruturas biológicas o que explica seus efeitos danosos. Estes efeitos ocorrem através da geração de radicais livres, da formação de ligações cruzadas com proteínas ou de interações com receptores celulares, os AGEs induzem, estresse oxidativo e aumento da expressão de processos inflamatórios.
Estes processos acabam por interferir no metabolismo da glicose e no fluxo sanguíneo cerebral, tornando-os reduzidos em pacientes com Mal de Alzheimer. Tratamentos em relação ao estresse oxidativo têm sido implementados, como inibidores de AGE, antioxidantes e anti-inflamatórios não-esteródes.
Bibliografia:
Artigo Oxidative stress in Alzheimer disease.
Artigo Oxidative stress in Alzheimer disease.
Postado por Mateus Cambuí
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