quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nanotecnologia na contenção da Doença de Alzheimer

 Pesquisador da Universidade de Michigan, Nicholas Kotov, mostra que nanopartículas conseguem agir de forma eficiente contra a perda de conexão entre neurônios e a atrofia cerebral


Nicholas Kotov

Por possuírem dimensões iguais ou menores do que cem nanômetros - um fio de cabelo tem trinta a cem mil nanômetros -, nanopartículas  são capazes de atuar de diferentes maneiras conforme sua composição, tamanho e formato. Podem chegar a lugares onde outras drogas não conseguem e exibir interessantes propriedades para o estudo dos mundos macro e microscópico. Seguindo esta corrente, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, mostram que elas também podem ser uma arma potente contra a doença de Alzheimer.  
Um dos sintomas da doença, neurodegenerativa, é o acúmulo de placas formadas por proteínas beta-amiloide, que se instalam a partir do tronco cerebral em regiões associadas à memória. Este acúmulo leva à perda de conexão entre neurônios e à atrofia cerebral.
A maior parte das terapias para a doença se baseia em drogas que conseguem se ligar a estas proteínas "tóxicas", inibindo sua atividade e, como consequência, desacelerando a progressão da doença. 
De acordo com o engenheiro químico Nicholas Kotov, professor da Universidade de Michigan os nanotetraedros, no entanto, podem ser mais úteis. Compostos tridimensionais inorgânicos com formato de pirâmide podem se ligar às proteínas amiloides, que formam a placa no cérebro, afetando sua estrutura. Logo o emaranhado de placas atrapalha a comunicação entre as células nervosas, os neurônios, não pode mais aumentar.
A grande vantagem desta técnica é que nanotetraedros podem tornar o tratamento muito mais potente, pois podem abarcar ao menos cem proteínas que compõem o aglomerado, enquanto que um medicamento convencional contra o Alzheimer atua sobre proteínas individuais.
Na pesquisa, os cientistas usaram o telureto de cádmio. O cádmio é um elemento tóxico ao ser humano. Uma vez que nanopartículas circulam pela corrente sanguínea, o cádmio pode penetrar membranas do corpo e contaminar, por exemplo, o cérebro ou os pulmões. 
Postado por Gustavo Paes B. M. Martins

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